27 de Janeiro, 2022
SEXO ANAL E INFEÇÃO POR HPV
O vírus do papiloma humano é a infeção sexual mais comum e a sua transmissão pode ocorrer durante o sexo anal. A infeção anal por HPV sendo comum, só é preocupante quando não é eliminada espontaneamente pelo nosso sistema imunitário e persiste no nosso organismo.
O risco de transmissão sexual do HPV é obviamente maior naqueles casais que são sexualmente mais activos e quando não é usado preservativo. No entanto, como a transmissão sexual do HPV pode ocorrer também através das mãos ou da boca, o preservativo não consegue uma proteção completa contra a transmissão do HPV.
No caso de mulheres saudáveis com mais de 18 anos a infeção anal por HPV surge em cerca de 30% dos casos, e em mais de 87% dos casos esta infeção desaparece espontaneamente ao fim de um ano. As mulheres que têm HPV no colo do útero, normalmente pesquisado através do teste do papanicolau, têm também um maior risco de desenvolver infeção anal por HPV.
No caso dos homens que tem sexo com mulheres a infeção anal por HPV ocorre em cerca de 12% dos casos, já se forem homens que têm sexo com homens a prevalência é cerca de 5 vezes superior, rondando os 50-60%. Para além disto, a infeção persistente pelo HPV16 (HPV de alto risco e o que mais frequentemente provoca lesões graves), por mais de 6 meses, é muito mais comum em homens que têm sexo com homens (73%) do que em homens que têm sexo com mulheres (0%). Isto aumenta o risco de cancro anal nos homens que tem sexo com homens.
É importante referir que o consumo de tabaco aumenta a probabilidade de persistência da infeção por HPV, o nosso sistema imunitário tem mais dificuldade em eliminá-lo. O tabaco é um factor relevante de risco para desenvolver complicações pela infeção por HPV anal, como lesões pré-cancerosas anais ou cancro anal. Já a vacinação contra o HPV, sobretudo quando feita antes do início da actividade sexual, pode ajudar a prevenir contra a infeção por HPV.